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Che Guevara

Che Guevara
Mártir Revolucionário

domingo, 11 de abril de 2010

Eles devem ser perdoados?


Sempre me perguntei: Qual o porquê do perdão aos torturadores? Na próxima quarta-feira, no STJ (Supremo Tribunal de Justiça), dar-se-á início ao julgamento de uma ação movida pela OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) sobre a LEI DA ANISTIA. O general João Batista Figueiredo sucedeu Geisel na Presidência da República em 15 de março de 1979, garantindo que conduziria o processo de “abertura política” do regime até a democratização do país. Sua primeira medida foi a sanção da Lei de Anistia, em agosto de 1979, que era ampla, geral e irrestrita, ou seja, beneficiava todos os acusados ou condenados por crimes políticos, entre eles inclusive os agentes do aparelho repressivo do regime (os torturadores), que ficavam livres de processos futuros.Com o fim da ditadura no Brasil e com a intenção de perdoar atos de violência, tortura, exílios, assassinatos, sequestros, estupros entre outros, promovidos pelos militares que estiveram no poder por décadas, essa lei continuou em vigor e permanece até hoje. Na época de sua criação, os militares que deixavam o poder alegaram que não houve violência apenas por parte deles, mas que também os "COMUNISTAS", nome dado à todos aqueles que se opunham ao regime, promoveram atentados e causaram a morte de muitos soldados. Essa lei, então perdoaria os dois lados. Mas é preciso ressaltar que aquela era uma luta injusta. De um lado, soldados armados, tanques de guerra, prisões com celas de torturas. Do outro, civís. Homens e mulheres que ousavam questionar o regime. Não podemos nos esquecer da completa falta de liberdade de imprensa. Muitos jornalistas foram perseguidos, torturados e, em muitos casos, assassinados. Eis alguns relatos de torturas:

Aurora Maria do Nascimento Furtado – militante da ALN (Ação Libertadora Nacional), foi presa em uma emboscada em que matou um policial e feriu outro. Revoltados, seus algozes a penduraram no pau-de-arara, mesmo com o braço estraçalhado por um tiro. Assim que foi pendurada, houve fratura exposta. Como Aurora não dava informação alguma, aplicaram nela a chamada “Coroa de Cristo”. Trata-se de um torniquete de aço que pressionava o crânio. A violência foi tanta, que Aurora perdeu a vida com afundamento do crânio e um olho saltando da órbita tamanha foi a pressão do torniquete.



 Sônia Maria de Moraes Angel Jones – presa juntamente com seu companheiro Antônio Carlos Bicalho Lana, foi cruelmente torturada. Teve os seios arrancados na tortura e morreu após ter introduzido em sua vagina um cassetete que lhe perfurou os órgãos internos, causando hemorragia. O mais cruel de tudo, é que entregaram à família o cassetete que causou a morte de Sônia.
A questão é que a tortura, disseminada pela ditadura na década de 60, espalhou-se pelo país e tornou-se prática comum e, até os dias de hoje, é utilizada pela polícia em interrogatórios.



 

 Uma das ações mais marcantes da repressão da ditadura foi a morte do jornalista Vladimir Herzog, em 25 de outubro de 1975. Diretor de jornalismo da TV Cultura de São Paulo, Herzog foi acusado de pertencer ao PCB. Apresentando-se voluntariamente no DOI-CODI de São Paulo, foi encontrado morto em uma das celas do órgão, enforcado com seu próprio cinto. Ninguém acredita na versão oficial de suicídio.
Algumas fotos de presos políticos: 

Como dizia Ernesto “Che” Guevara: “A única coisa em que eu creio é que nós temos que ter a suficiente capacidade de destruir todas as opiniões contrárias baseados em argumentos, ou, se não, deixar que todas as opiniões se expressem. Opinião que temos que destruir com pancada é opinião que tem vantagem sobre nós”. Por isso, diga não à tortura! TORTURA, NUNCA MAIS!

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